Biópsia do linfonodo sentinela: um passo essencial no tratamento do melanoma
- Dr. Luiz Fernando Nunes

- 16 de nov.
- 2 min de leitura
O melanoma cutâneo é um tipo de câncer de pele que pode se espalhar para outras partes do corpo (metástase). Na maioria das vezes, ele se dissemina primeiro para os linfonodos regionais, popularmente conhecidos como ínguas.
Esses linfonodos funcionam como “filtros”, tentando barrar a doença antes que ela alcance outros órgãos. E foi justamente para entender melhor esse comportamento que surgiu uma das maiores revoluções no tratamento do melanoma: a biópsia do linfonodo sentinela.

O que é o linfonodo sentinela?
Chamamos de “sentinela” o primeiro linfonodo que recebe a drenagem linfática da área onde o melanoma começou. Se o tumor começar a se espalhar, é ali que as células cancerígenas chegam primeiro, na maioria dos casos.
Durante a cirurgia, o cirurgião oncológico identifica e remove apenas esse linfonodo, que é então analisado em laboratório pelo médico patologista. O resultado mostra se o melanoma se espalhou e ajuda a definir com precisão o tratamento mais adequado.
Por que esse exame é tão importante?
Antes dessa técnica, era comum retirar todos os linfonodos da região, mesmo sem saber se estavam comprometidos — o que aumentava riscos de inchaço, infecção e acúmulo de líquido (linfedema) sem ter o benefício de estar tratando a doença.
A biópsia do linfonodo sentinela trouxe uma nova era na abordagem do melanoma, permitindo:
● Evitar cirurgias desnecessárias
● Detectar precocemente a disseminação da doença
● Planejar o tratamento com segurança e individualização
● Aumentar as chances de controle e cura
Como é feito o procedimento
O exame é realizado durante uma cirurgia sob anestesia local ou geral, geralmente no mesmo tempo da ampliação de margens do melanoma. Utiliza-se uma combinação de marcação radioativa e corante azul para localizar o linfonodo “sentinela”, que é então removido para análise. Na maioria dos casos, o paciente tem alta no mesmo dia ou no dia seguinte, com rápida recuperação.
E se o resultado for positivo?
Se o linfonodo sentinela contiver células de melanoma, o tratamento pode incluir terapias complementares modernas, como imunoterapia ou terapia-alvo, de acordo com as características do tumor. A imunoterapia estimula o próprio sistema imunológico a combater a doença e têm mudado de forma significativa o prognóstico dos pacientes com melanoma.
A importância do acompanhamento especializado
Cada caso de melanoma é único. Por isso, o ideal é que a decisão sobre a biópsia do linfonodo sentinela seja feita por um médico com experiência em oncologia cutânea, capaz de avaliar o estágio da doença e indicar a melhor conduta em cada situação.
Conclusão
A biópsia do linfonodo sentinela representa um grande avanço no tratamento do melanoma. Ela permite identificar precocemente a disseminação da doença e direcionar terapias complementares de forma precisa, aumentando as chances de cura e reduzindo a necessidade de cirurgias mais extensas.
Dr. Luiz Fernando Nunes — Cirurgia Oncológica (Leblon, RJ)
Atuação em melanoma, cânceres de pele e sarcoma.
• Avaliação especializada de laudos
• Planejamento terapêutico individualizado
• Cirurgia segura com foco oncológico e estético







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