Melanoma acral: por que ainda diagnosticamos tarde no Brasil?

O melanoma acral é um subtipo de melanoma que aparece nas palmas das mãos, solas dos pés e região subungueal (debaixo das unhas). Apesar de ser menos frequente que outros tipos de melanoma, ele tem uma grande importância em saúde pública, principalmente no Brasil, porque costuma ser diagnosticado em fases mais avançadas.

Onde o melanoma acral aparece?

●      Palmas das mãos

●      Plantas dos pés

●      Região subungueal (sob as unhas, principalmente do hálux e do polegar)

Essas áreas muitas vezes passam despercebidas, tanto pelos pacientes quanto pelos médicos, o que contribui para atrasar o diagnóstico.

Quais são os sinais de alerta?

O melanoma acral pode se apresentar como:

●      Manchas escuras irregulares em pés e mãos.

●      Listras escuras ou manchas sob a unha que aumentam com o tempo.

●      Feridas que não cicatrizam nessas regiões.

O problema é que muitas vezes essas lesões são confundidas com micoses, hematomas ou verrugas, o que retarda a investigação adequada.

Por que o diagnóstico é tardio?

Existem alguns fatores que explicam esse atraso:

●      Dificuldade de visualização: regiões menos examinadas no dia a dia.

●      Baixa suspeição clínica: tanto por parte do paciente quanto de profissionais não especializados.

●      Acesso limitado à biópsia rápida e especializada em algumas regiões do país.

Esse atraso leva a diagnósticos em estágios mais avançados, com tumores mais espessos (Breslow alto) e maior risco de metástase.

Impacto no prognóstico

Quando diagnosticado tardiamente, o melanoma acral tem um prognóstico mais reservado, exigindo cirurgias mais extensas e, muitas vezes, tratamentos complementares como imunoterapia ou terapia-alvo.

A detecção precoce, por outro lado, aumenta consideravelmente as chances de cura com cirurgia simples e margens adequadas.

Conclusão

O melanoma acral é um desafio porque quase sempre chega em estágios avançados. A solução passa por educação médica, exame físico completo (incluindo mãos, pés e unhas) e conscientização dos pacientes.

Eu sou o Dr. Luiz Fernando Nunes, cirurgião oncológico. Para conteúdos práticos sobre melanoma, sarcoma e câncer de pele, continue acompanhando este blog e me siga nas redes sociais.