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Transformação maligna de cisto pilonidal: o que é, como ocorre e como tratar

Transformação maligna de cisto pilonidal

O cisto pilonidal é uma doença relativamente comum, principalmente em adultos jovens, caracterizada por um processo inflamatório crônico na região sacrococcígea — aquele local próximo ao cóccix, logo acima das nádegas. Na maioria das vezes, esse cisto é benigno, podendo formar abscessos e fístulas que, embora incômodos, não oferecem risco de vida.

No entanto, em casos muito raros (aproximadamente 0,1% dos casos), esse processo inflamatório pode evoluir para uma forma de câncer de pele chamada carcinoma espinocelular. Esse tipo de transformação é conhecido como degeneração carcinomatosa do cisto pilonidal.


Por que isso acontece?


A principal causa dessa transformação é a inflamação crônica, associada a múltiplos episódios de infecção e drenagem repetida do cisto. Esse processo leva a uma estimulação celular constante, que, ao longo dos anos, pode culminar em alterações malignas.


Como identificar?


Os sinais de alerta para uma possível transformação maligna de cisto pilonidal incluem:

  • Lesão que não cicatriza ou aumenta progressivamente de tamanho.

  • Ulceração persistente ou sangramento.

  • Presença de fístulas que drenam secreção purulenta de forma contínua.

  • Lesão endurecida ou dolorosa.


Diagnóstico da transformação maligna de cisto pilonidal


O diagnóstico é confirmado através de biópsia da lesão suspeita. Em casos mais avançados, exames de imagem como ressonância magnética podem ser necessários para avaliar a extensão da doença e o comprometimento de estruturas adjacentes, como o sacro e a parede do reto.

No caso relatado no meu artigo publicado, o paciente apresentava uma lesão extensa que invadia a parede do reto e parte do sacro, exigindo uma cirurgia complexa, incluindo ressecção alargada e colostomia definitiva.


Tratamento


O tratamento de escolha é a cirurgia ampla, removendo todo o tumor, incluindo a fáscia pré-sacral e eventuais estruturas adjacentes acometidas. O objetivo é garantir margens cirúrgicas livres de tumor e evitar recidivas. Em alguns casos, pode ser necessário retirar partes do sacro ou realizar cirurgia de múltiplos órgãos.


Prognóstico


Quando diagnosticado precocemente e tratado de forma adequada, o prognóstico pode ser favorável, com taxas de sobrevida em cinco anos próximas a 60%. No entanto, o risco de recidiva local é significativo, reforçando a importância do acompanhamento oncológico.


Conclusão


Embora raro, o carcinoma espinocelular decorrente de um cisto pilonidal deve sempre ser considerado em lesões crônicas que não cicatrizam. O diagnóstico precoce é fundamental para permitir cirurgias menos agressivas e melhores resultados para o paciente.

Fique atento aos sinais de alerta e procure avaliação médica sempre que notar algo diferente.


Dr. Luiz Fernando Nunes

Cirurgião Oncológico

CRM 5262888-3 RQE 29380

 
 
 

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