Oncologia Cutânea
A Oncologia Cutânea é uma área da medicina que se dedica ao estudo das neoplasias malignas da pele (câncer de pele). O câncer de pele é uma doença heterogênea que engloba uma gama de doenças com um único nome. São vários subtipos histológicos e cada subtipo com suas variabilidades intrínsecas e comportamentos biológicos dos mais diversos. Temos desde um carcinoma basocelular superficial que em casos selecionados pode ser tratado com terapia tópica, aqui cito duas das drogas mais utilizadas, o imiquimode e o 5-fluoracil, até lesões cutâneas mais agressivas que podem evoluir com disseminação para outros órgãos, caracterizando o que chamamos de metástase.
Essa pluralidade do câncer de pele exige uma abordagem científica que estimule a compreensão da doença envolvendo conhecimento que transpassam entre, além e através das disciplinas, numa busca da compreensão desta complexidade. Embora a vasta maioria do câncer de pele seja curada com uma simples cirurgia, e isso se deve, principalmente, ao dado epidemiológico mundial de que aproximadamente 80% dos tumores da pele são do tipo carcinoma basocelular e este em sua imensa maioria é curado cirurgicamente, existem outros que necessitam de uma equipe multiprofissional.
Citando o melanoma cutâneo como exemplo. Ele é responsável por apenas 4% de todos os tumores da pele , mas com uma letalidade elevada dependente do estágio diagnóstico e que é responsável por 80% dos óbitos relacionados ao câncer de pele. E por que isso ocorre? Como dito no primeiro parágrafo, alguns tipos de câncer de pele podem evoluir com metástase para outros órgãos e comprometer seriamente a saúde do pessoa acometida da doença.
A abordagem do câncer da pele exige uma equipe multidisciplinar que possua, além do conhecimento das formas de prevenção, o conhecimento das particularidades de cada uma das etapas de seu tratamento, passando pelo diagnóstico correto e precoce de preferência, utilizando-se de procedimentos diagnósticos com elevada acurácia como a dermatoscopia, escolha da biópsia e sentido da incisão, laudo histopatológico com as características de importância prognóstico definida por um dermatopatologista, margens de segurança, estadiamento linfonodal com a biópsia do linfonodo sentinela, exames como ultrassonografia, raio-X, PET-CT scan, tomografia computadorizada, ressonância magnética, dentre outros, até o diagnóstico e tratamento da metástase à distância que pode ser com cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapia alvo, imunoterapia dentre outras. A oncologia cutânea evoluiu e muito nas últimas décadas. Felizmente!
Nesse sentido, ela é uma área da medicina que a exige a participação de diversos profissionais especialistas que se dedicam a cuidar dos pacientes com câncer de pele. Nessa equipe, sempre que possível, deve ser composta por geneticistas, dermatologistas, cirurgiões dermatológicos, cirurgiões plásticos, cirurgiões oncológicos, cirurgiões de cabeça e pescoço, ortopedistas, neurocirurgiões, radiologistas, radiologia intervencionista, oncologistas, radioterapêutas, paliativistas; e é bem provável, que no momento que escrevemos este texto, tenhamos esquecido algum profissional que atue na área.
Se pudesse escolher uma palavra para resumir oncologia cutânea escolheria transdisciplinaridade.
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