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Foto do escritorDr. Luiz Fernando Nunes

A linfadenectomia é necessária em pacientes com Linfonodo Sentinela positivo?


O papel da linfadenenctomia no paciente com linfonodo sentinela positivo representa uma importante questão clínica para o paciente que realiza a biópsia do linfonodo sentinela. A taxa de metástase no linfonodo não-sentinela, que foi submetido a linfadenectomia terapêutica seguido do diagnóstico de micrometástase no linfonodo sentinela, varia de 10% a 25%; embora, em pacientes com melanoma acral, essa taxa seja mais elevada com relatos de até 45%. Essas taxas devem ser vistas com cautela principalmente porque o método utilizado para avaliar o linfonodo sentinela é muito mais minucioso que o exame dos linfonodos não-sentinela. Enquanto o primeiro é avaliado com múltiplas secções e avaliação imunohistoquímica, para a avaliação dos não-sentinelas geralmente é realizado apenas uma única secçã transversa sem marcação imunohistoquímica, o que pode aumentar a taxa de falso-negativo nos linfonodos não-sentinela.


Recentemente, o Multicenter Selective Lymphadenectomy Trial-2 (MSLT-2), não tenha demonstrado ganho de sobrevida global para os pacientes que foram submetidos a complementação da linfadenectomia regional quando o linfonodo sentinela foi positivo para micrometástase, assim como um estudo Europeu prospectivo, de único braço , conduzido pela European Organization for Research and Treatment of Cancer (MINITUB) avaliou a eficácia de não realizar a linfadenectomia em pacientes com baixa carga tumoral no linfonodo e não evidenciou diferenças nas taxas de sobrevida livre de metástase a distância.


Nos dias de hoje, alguns cirurgiões não têm indicado a linfadenectomia complementar em pacientes com linfonodo sentinela positivo, assim como oncologistas clínicos têm optado por indicar em casos selecionados, principalmente na presença de elevada carga tumoral e a não eventual/rotineira disponibilidade de terapia adjuvante. De um modo geral, os que não indicam se baseiam em três pontos principais: a linfadenectomia regional não aumenta a sobrevida global, a morbidade da linfadenectomia é elevada e a disponibilidade de terapia adjuvante imunoterapia/terapia alvo como melhor opção.


Cabe aqui uma pausa para reflexão. A indicação precípua da linfadenectomia é o controle regional da doença e para esse objetivo, até a presente data, ainda é a opção mais segura. Quanto as morbidades, o MSLT-2 evidenciou que as taxas de complicações da linfadenectomia são menores quando realizadas para doença microscópica. Embora os resultados das terapias adjuvantes tenham se mostrado satisfatórios, não a dispomos na universalidade.


Ante o exposto, a linfadenectomia regional ainda tem relevância no tratamento da metástase linfonodal, principalmente no cenário de carga tumoral elevada e ausência de terapia adjuvante disponível.


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Luiz Fernando Nunes

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